terça-feira, 2 de novembro de 2010

Restaurante Jardim das Oliveiras


Sempre me ensinaram que comer bem no Algarve só no interior. Salvo poucas excepções, no verão e no litoral a preocupação é facturar de forma a compensar os meses de menor movimento e assim assegurar a sustentabilidade para o todo ano, descurando-se pormenores básicos e essenciais a uma boa refeição.

Há muito que o Jardim das Oliveiras se encontrava em carteira, mas a minha filosofia de férias é estacionar e só voltar a conduzir no dia de regresso. Contudo, sempre que há uma oportunidade lá vamos nós à procura desses pequenos tesouros, perdidos no meio do nada e que sem a ajuda e/ou recomendação jamais sonhamos que existem. Juntando o facto de o responsável do restaurante do hotel, antigo chefe de sala do famoso Ocean, me ter dito que era um dos dois únicos locais que costuma frequentar, em solo algarvio, decidi nesse mesmo dia colocar pés a caminho.

A deslocação foi mais demorada do que esperado. A estrada é antiga com apenas uma via para cada lado e a subida da serra de Monchique também não ajuda. Por fim e, chegados ao local (Sitio do Porto Escuro) a primeira impressão não é nada agradável. O alcatrão termina e somos confrontados com um buracão enorme na ligação ao parque de terra batida. Uma chatice para quem tem carros baixos ou de segmentos superiores.

Depois da aventura, deparamo-nos em primeiro lugar com uma vista absolutamente magnifica que, por si só, é recompensadora de todas as peripécias e dificuldades da viagem. Depois, no interior do restaurante, encontramos uma casa antiga devidamente decorada com objectos do tempo dos nossos avós, que nos fazem acender a chama da nostalgia e dos velhos costumes. O cardápio apresenta uma lista extensa de pequenas maravilhas, como a perdiz, o galo, o cozido de couve, os enchidos, os pratos de caça e outras especialidades da região incluído as confecções em forno a lenha.

Para acedermos a algumas delas é necessário reservar com antecedência mas, se não for o caso, pode sempre aproveitar os deliciosos pratos do dia que normalmente incluem um delicioso cabrito. No final uma sobremesa típica e uma aguardente de medronho compõem o ramalhete.

Se for ao almoço poderá ainda desfrutar de uma sesta numa das camas de rede colocadas no jardim.

Vá e desfrute destes pequenos prazeres já tão pouco usuais nos “tempos modernos”.

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